A doce arte de ser mãe

dia 15 de setembro foi o aniversário de mainha, e na terça feira dia 14 tivemos o nosso maravilhoso e sempre esperado encontro do Elas na Ladeira, que por motivo de forças não tão grandes assim tem sido em Recife.
Bem, sempre pensei em minha mãe como uma mulher forte e que a sua maneira nos amava.depois de um bom tempo fui mãe e agora sinto na pele o quanto deve ter sido dificil para ela nos dizer que nos amava , por que, meninas é dificil muito dificil, pois tem horas que a vontade que dá é sumir...mas eis que de repente surgem maozinhas ou banguelinhas que acabam com essa idéia de sumiço.
Acho que nunca disse a minha mãe, com palavras, o quanto a amo e quanta falta ela me faz e ás vezes fico me perguntando o que será de mim sem ela, e não tem como não pensar nisso pois sei que ela não é uma sementinha que vou replantar...
mas o bom disso tudo é que ela me ensinou a ser mãe e o quão doce e frutifera é essa arte, pois acreditem é uma arte, ser mãe.
ainda ontem, eu estva queimando de febre e quem estava lá ???? ela, mainha , ao meu lado e agora dizendo" não se cubra, você esta com febre, não é assim que você faz como os meninos, então faça por você também" e ficamos as duas, eu queimando de febre, e ela rindo de morrer do horário politico.
Então para todas nós que somos mãe de uma forma ou de outra, e digo todas nós, por que mãe não é só a que pariu um filho mas é a amiga que nos ampara , nos dá colo, nos puxa as orelhas, que cuida da gente, então continuo a afirmar , para todas nós que tenhamos mais e mais encontros e que possamos exercitar sempre a arte de sermos mãe-amigas-irmãs-confidentes.

Encontro do dia 14/09/10 - preparando discurso

No Encontro do dia 14/09/2010, falamos de muitas coisas, mas como era perto do dia no aniversário de mainha, o assunto principal foi o churrasco no sábado, em comemoração ao niver, Hebe teve uma idéia legal de escrever alguma coisa e ler para todos e daí fomos contanto algumas histórias e no sábado Hebe leu esse texto que estou postando no blog, e que todos adoraram.

Beré, é assim que todos a chamam e quem conhece tem muito o que contar, histórias hilárias, histórias que ensinam, histórias de amor.Certamente sua missão na terra é o cuidar e ela demonstra diariamente o seu amor através do cuidado.

É apaixonada por plantas e animais, percebe-se pela beleza do seu jardim, mesmo sem ela perceber. Lembro-me bem quando eu e as meninas puxávamos uma folha de uma planta, ela puxava nosso cabelo e dizia que era exatamente isso que a planta sentia quando puxávamos suas folhas.

Quanto aos animais, aí temos muito a contar. Ela ama tanto essas criaturinhas que um dia quanto um filhote de gato teve um ataque convulsivo ela fez respiração boca a boca e massagem cardíaca no bichano. Certo dia sua gatinha Yasmim sumiu de casa, ela saiu a sua procura e a resgatou de um bueiro de esgoto, lá vinha mainha com a gata suja de lama nos braços, a gente não sabia quem estava mais suja a gata ou ela, mamãe chorava e se queixava quem seria o desalmado que fizera isso. Na primeira ninhada de Yasmim, sete gatos nasceram, todo doados menos um que ela mesmo adotou pois era cego, hoje enxerga e vive grudado nela. Da primeira cria de tiririca, fiel cadelinha, cuidou do cachorrinho que tinha uma grande lesão na pele (doença congênita) que ela cuidou das suas feridas até o dia que ele partiu. Da segunda cria de tiririca ela falou “vou ficar com esse alejadinho” hoje ele anda e corre pelo quintal. Tantos gatos vão chegando ela vai ficando, hoje mais ou menos uns vintes, e pode ter certeza que nenhum virou churrasco hoje.

E as pessoas então, ela recebe de forma muito especial, sempre nos ensinou a respeitá-las, e sempre dizia que devemos retribuir o mal que faziam sempre, sempre com o bem, e isso ela faz, apesar do seu lema de “boca pra fora: quem tem com o que me pagar não me deve nada”. Apesar de não ser chegada a abraços e alisados (acarinhava suas filhas por segundos e logo dizia tá bom, sai, sai) mesmo assim sempre soubemos que ela nos amava e ai de quem mexesse com as “filhas de dona Tetê”.

Falarei de alguns momentos especiais vividos por nós:

• Momentos que abraçava sua filha mais nova, rolavam na cama só pra vê-la sorrir, lembra-se bem Helena deste momento, onde recorda que a brincadeira era tão boa que a cama parecia enorme.
• Momentos em que compartilhou com suas filhas, dias inesquecíveis de catapora coletiva e dos banhos de permaganato de potássio.
• Do choro ao telefone quando ficou sabendo que sua filha do meio estava grávida do seu primeiro neto
• Do dia que disse “Moura, vou hoje mesmo a São Paulo, vou trazer minha filha pra casa”.
• Do dia em que pegou carona na boleia de um caminhão com sua filha do meio pra socorrer o neto porque a filha esqueceu de colocar gasolina no carro.
• Do nascimento dos seus netinhos, em Porto Alegre, e da sua alegria em recebê-los aqui em Recife para morar pertinho dela.
• Dos momentos em que saiamos para alguma festa e éramos recepcionadas assim “lá vem Beré com sua cambada”
• Do dia que saiu com sua filha caçula pra resolver a decoração do casamento, sua filha que sempre confunde direita e esquerda, errou o caminho e foi parar numa rua sem saída e na frente de um motel, onde a recepcionista perguntou se preferia quarto com ou sem hidromassagem.
• Do dia em que ela foi abandonada sozinha no dia em que resolveu incendiar a cozinha.

E tantas outras historias que alegram nossos dias e que hoje no seu aniversario alegram a todos, felicidades todos te amamos.

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."

Fernando Pessoa


Falamos sobre mudanças no nosso ultimo encontro... mudanças, recomeços... mudar para recomeçar ou recomeçar uma mudança que um dia existiu repleta de coragem mas se arrefeceu com as decepções e tudo voltou a ser como antes...ou seja, também aí houve um recomeço.
Estou imaginando Helena lendo isso e dizendo: "Meu irmão doido, que viajem de Tatinha..."
Serei mais explícita então. Falo de uma mudança simples, não exige necessáriamente sérias reflexões e introspecções, mas é uma mudança.
Nossa, quanto suspense! Eu vou mudar de casa!!!! É isso! Um recomeço para mim, de algo que um dia havia esboçado um sorriso. Um dia, quando me casei e construi o meu castelo, certa de que estava sendo salva de um dragão. Doce ilusão! Não fui salva. Foi um dragão que me sequestrou!!!!kkk
Mas agora é diferente. Deixo aqui o meu antiquario de alegrias e tristezas compartilhadas por um cantinho que cheira a novidade, com a minha cara desenhada em cada canto e só meu. Terei crise de abstinência meu Deus? Eu e as minhas paredes cheirando a tinta? Não. Duvido muito. E sabe porque não sentirei saudades da minha casa cheia? Porque ela continuará cheia, repleta de esperanças de dias melhores, cercada pela energia boa dos que me amam e me querem feliz. Um sonho que quero continuar compartilhando não só com as minhas paredes, mas com os de sempre... pai, mãe, irmão, sobrinhos, primas lindas e amigos... Testemunhas de uma mudança, uma mudança não definitiva, mas flexível, aberta para muitas outras. Uma mudança que transforma semblantes. Pelo menos o meu que agora, é pleno de alegria, e que espero, perdure.
Um recomeço como tantos outros que já ousei... mas diferente, com sabor de festa!!!!!!
E que Deus me abençõe, como o pai que abençõa a filha ao sair de casa todos os dias, porque está certo de que ela tem seu cantinho, sempre intocável para quando voltar. O meu está no coração dos que amo! Bença Pai!!!!!
E vocês... podem me visitar!

Renata Phaelante